REVOLTAS
NATIVISTAS
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A
aclamação de Amador Bueno (1641)
No período da colonização, devido ao tamanho do
território brasileiro, os portugueses não tinham domínio absoluto em diversas
regiões do país. Neste contexto, a União Ibérica (união
das dinastias de Portugal e de Espanha pós Guerra da Sucessão Portuguesa)
obteve o controle de grande parte do território brasileiro favorecendo os
espanhóis. Porém, no ano de 1640, ocorre o fim da União Ibérica e os
portugueses exigem novamente o controle total da colônia.
Os paulistas, que na época mantinham relações
comerciais com os espanhóis no que se refere à escravização
indígena e contrabando na área do Rio da Prata, ficaram
apreensivos com possíveis medidas da corte portuguesa que viessem a interromper
estas atividades. Naquela época, os portugueses lucravam mais com os navios negreiros africanos do que com a
escravização de índios. Após a dominação completa da Coroa de Portugal, o povo
de São Paulo deveria recrutar apenas os negros para o trabalho escravo. Porém,
isso iria aumentar as despesas dos paulistas, que não tinham envolvimento com o
tráfico que ocorria ao longo do litoral.
Percebendo que tal medida não iria favorecer o
comércio, os paulistas iniciaram uma rebelião e optaram pela formação de um
Estado independente da coroa portuguesa no intuito de manter as relações com os
espanhóis. Como líder do levante, o povo escolheu Amador Bueno da
Ribeira, homem de posses e envolvido com os bandeirantes da cidade. Então, Amador
Bueno foi aclamado rei da província pelos moradores. Contrários à escravização
dos índios, os jesuítas entraram em conflito com os paulistas e foram expulsos
da Vila de São Paulo.
Sabendo que uma insurreição contra a Coroa de
Portugal prejudicaria ainda mais o desenvolvimento comercial da Vila de São
Paulo e causaria uma violenta represália organizada por D. João IV, Amador
Bueno recusou-se a aceitar a liderança da região para torná-la autônoma e
acabou sofrendo uma perseguição por parte dos manifestantes.
Amador Bueno fugiu para o Mosteiro São Bento, onde
se juntou aos jesuítas e jurou ser fiel ao rei D. João IV. Visto o forte
poderio militar das tropas portuguesas e a recusa de Amador Bueno, o povo de
São Paulo acabou por aceitar ser subordinado aos portugueses. Porém, apesar da
inércia do levante, o movimento do povo de São Paulo foi lembrado um século
depois com a declaração de D. Pedro I,
que tornou o Brasil independente.
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A
Revolta de Beckman (MA/1684)
A Revolta de Beckman foi uma rebelião nativista
ocorrida na cidade de São Luís (estado do Maranhão) em 1684. As causas
era a grande insatisfação dos comerciantes, proprietários rurais e população em
geral com a Companhia de Comércio do Maranhão, instituída pela coroa portuguesa
em 1682.
Os comerciantes reclamavam do monopólio
da Companhia. Os proprietários rurais contestavam os preços pelos quais a
Companhia pagava por seus produtos.
Já grande parte da população
maranhense estava insatisfeita com a baixa qualidade e altos preços cobrados
pelos produtos manufaturados comercializados pela Companhia na região. Outros
produtos como trigo, bacalhau e vinho chegavam à região em quantidade insuficiente,
demoravam para chegar e ainda vinham em péssimas condições para o consumo.
Havia também o problema de falta
de mão-de-obra escrava na região. Os escravos fornecidos pela Companhia eram
insuficientes para as necessidades dos proprietários rurais. Uma solução seria
a escravização de indígenas, porém os jesuítas eram contrários.
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A
Guerra dos Emboabas (MG/1707-1709)
Conflito armado ocorrido na região das Minas Gerais
entre os anos de 1707 e 1709, envolvendo os bandeirantes paulistas e os
emboabas (portugueses e imigrantes de outras regiões do Brasil). O confronto
tinha como causa principal a disputa pela exploração das minas de ouro recém
descoberatas na região das Minas Gerais. Os paulistas queriam exclusividade na
exploração da região, pois afirmavam que tinham descoberto as minas.
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A
Guerra dos Mascates (PE/1710)
A Guerra dos Mascates foi uma rebelião de caráter
nativista, ocorrida em Pernambuco entre os anos de 1710 e 1711, que envolveu as
cidades de Olinda e Recife. Foi causada pela:
- Disputa entre Olinda e Recife pelo controle do
poder político em Pernambuco.
- Crise econômica na cidade de Olinda.
- Favorecimento da coroa portuguesa aos comerciantes de Recife.
- Forte sentimento antilusitano, principalmente entre a aristocracia
rural de Olinda.
- Conquista da emancipação de Recife, através de Carta Régia de
1709, que passou a ser vila independente, conquistando autonomia política com
relação à Olinda. A aristocracia rural de Olinda temia que Recife, além de ser
o centro econômico, passasse a ser também o centro político de Pernambuco.
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A
Revolta de Vila Rica (MG/1720)
A Revolta de Vila Rica, também conhecida como
Revolta de Filipe dos Santos, foi um movimento social de caráter nativista que
ocorreu em 1720 na Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto (atual
Ouro Preto, Minas Gerais). Os revoltosos queriam o fim das Casas de
Fundição; Queriam também a redução de vários impostos e tributos e o fim dos
monopólios do fumo, sal, aguardente e gado.
REVOLTAS
SEPARATISTAS
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A
Inconfidência Mineira (1789)
A Conjuração Mineira, também conhecida como
Inconfidência Mineira, foi um movimento de caráter separatista, ocorrido em
Minas Gerais no ano de 1789, cujo principal objetivo era libertar o Brasil do
domínio português. O lema da Conjuração Mineira era “Liberdade, ainda que
tardia”. Seus Objetivos principais era: Obter a independência do Brasil
em relação a Portugal; Implantar uma República no Brasil; Liberar e favorecer a
implantação de manufaturas no Brasil e a criação de uma universidade pública na
cidade de Vila Rica.
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A
Conjuração Carioca (1794)
Conjuração Carioca foi uma onda de
repressão do governo lusitano aos intelectuais que se reuniam no Rio de
Janeiro, com a intenção de formar uma sociedade literária baseada no
Iluminismo, fortemente difundido após a Revolução Francesa.
Além disso, os acontecimentos que envolveram a
Inconfidência Mineira e a simpatia do grupo intelectual da Conjuração Carioca
pelas ideias republicanas e iluministas levaram o vice-rei Conde de Rezende a
mandar prender seus integrantes em 1794, sob a acusação de subversão. No
entanto, dois anos após os acontecimentos, os membros da Sociedade Literária
foram libertos e considerados inocentes, já que não houve nenhuma prova contra
os mesmos.
A Conjuração
Baiana (1798)
Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a
Conjuração Baiana foi uma revolta social de caráter popular ocorrida na Bahia
em 1798. Teve uma importante influência dos ideais da Revolução Francesa. Além
de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na
sociedade. Suas causas eram a insatisfação popular com o elevado preço
cobrado pelos produtos essenciais e alimentos. Além disso, reclamavam da
carência de determinados alimentos. E a Forte insatisfação com o domínio de
Portugal sobre o Brasil. O ideal de independência estava presente em vários
setores da sociedade baiana.
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A
Insurreição Pernambucana (1817)
A Revolução Pernambucana foi um movimento social
(revolta) de caráter emancipacionista ocorrido em Pernambuco no ano de 1817. É
considerado um dos mais importantes movimentos de caráter revolucionário do
período colonial brasileiro. Suas Causas eram:
- Insatisfação popular com a chegada e
funcionamento da corte portuguesa no Brasil, desde o ano de 1808. O
questionamento maior era com relação a grande quantidade de portugueses nos
cargos públicos;
- Insatisfação com impostos e tributos criados no Brasil por D. João VI a
partir da chegada da corte portuguesa ao Brasil;
- Influência dos ideais iluministas, principalmente os que
criticavam duramente as estruturas políticas da monarquia absolutista. Os
ideais da Revolução Francesa, “liberdade, igualdade e fraternidade”, ecoavam em
solo pernambucano, principalmente entre os maçons;
- Significativa crise econômica que abatia a região, atingindo,
principalmente, as camadas mais pobres da população pernambucana. A crise era
provocada, principalmente, pela queda nas exportações de açúcar, principal
produto da região;
- Fome e miséria, que foram intensificadas com a seca que atingiu a
região em 1816.
Fonte:
http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolucao_pernambucana.htm