quarta-feira, 19 de abril de 2017

RESUMO: Revoltas nativistas e separatistas no Brasil Colonial

REVOLTAS NATIVISTAS
·         A aclamação de Amador Bueno (1641)
No período da colonização, devido ao tamanho do território brasileiro, os portugueses não tinham domínio absoluto em diversas regiões do país. Neste contexto, a União Ibérica (união das dinastias de Portugal e de Espanha pós Guerra da Sucessão Portuguesa) obteve o controle de grande parte do território brasileiro favorecendo os espanhóis. Porém, no ano de 1640, ocorre o fim da União Ibérica e os portugueses exigem novamente o controle total da colônia.
Os paulistas, que na época mantinham relações comerciais com os espanhóis no que se refere à escravização indígena e contrabando na área do Rio da Prata, ficaram apreensivos com possíveis medidas da corte portuguesa que viessem a interromper estas atividades. Naquela época, os portugueses lucravam mais com os navios negreiros africanos do que com a escravização de índios. Após a dominação completa da Coroa de Portugal, o povo de São Paulo deveria recrutar apenas os negros para o trabalho escravo. Porém, isso iria aumentar as despesas dos paulistas, que não tinham envolvimento com o tráfico que ocorria ao longo do litoral.
Percebendo que tal medida não iria favorecer o comércio, os paulistas iniciaram uma rebelião e optaram pela formação de um Estado independente da coroa portuguesa no intuito de manter as relações com os espanhóis. Como líder do levante, o povo escolheu Amador Bueno da Ribeira, homem de posses e envolvido com os bandeirantes da cidade. Então, Amador Bueno foi aclamado rei da província pelos moradores. Contrários à escravização dos índios, os jesuítas entraram em conflito com os paulistas e foram expulsos da Vila de São Paulo.
Sabendo que uma insurreição contra a Coroa de Portugal prejudicaria ainda mais o desenvolvimento comercial da Vila de São Paulo e causaria uma violenta represália organizada por D. João IV, Amador Bueno recusou-se a aceitar a liderança da região para torná-la autônoma e acabou sofrendo uma perseguição por parte dos manifestantes.
Amador Bueno fugiu para o Mosteiro São Bento, onde se juntou aos jesuítas e jurou ser fiel ao rei D. João IV. Visto o forte poderio militar das tropas portuguesas e a recusa de Amador Bueno, o povo de São Paulo acabou por aceitar ser subordinado aos portugueses. Porém, apesar da inércia do levante, o movimento do povo de São Paulo foi lembrado um século depois com a declaração de D. Pedro I, que tornou o Brasil independente.

·         A Revolta de Beckman (MA/1684)
A Revolta de Beckman foi uma rebelião nativista ocorrida na cidade de São Luís (estado do Maranhão) em 1684. As causas era a grande insatisfação dos comerciantes, proprietários rurais e população em geral com a Companhia de Comércio do Maranhão, instituída pela coroa portuguesa em 1682. 
Os comerciantes reclamavam do monopólio da Companhia. Os proprietários rurais contestavam os preços pelos quais a Companhia pagava por seus produtos.
Já grande parte da população maranhense estava insatisfeita com a baixa qualidade e altos preços cobrados pelos produtos manufaturados comercializados pela Companhia na região. Outros produtos como trigo, bacalhau e vinho chegavam à região em quantidade insuficiente, demoravam para chegar e ainda vinham em péssimas condições para o consumo.
Havia também o problema de falta de mão-de-obra escrava na região. Os escravos fornecidos pela Companhia eram insuficientes para as necessidades dos proprietários rurais. Uma solução seria a escravização de indígenas, porém os jesuítas eram contrários. 

·         A Guerra dos Emboabas (MG/1707-1709)
Conflito armado ocorrido na região das Minas Gerais entre os anos de 1707 e 1709, envolvendo os bandeirantes paulistas e os emboabas (portugueses e imigrantes de outras regiões do Brasil). O confronto tinha como causa principal a disputa pela exploração das minas de ouro recém descoberatas na região das Minas Gerais. Os paulistas queriam exclusividade na exploração da região, pois afirmavam que tinham descoberto as minas.

·         A Guerra dos Mascates (PE/1710)
A Guerra dos Mascates foi uma rebelião de caráter nativista, ocorrida em Pernambuco entre os anos de 1710 e 1711, que envolveu as cidades de Olinda e Recife. Foi causada pela:
- Disputa entre Olinda e Recife pelo controle do poder político em Pernambuco.
 - Crise econômica na cidade de Olinda.
 - Favorecimento da coroa portuguesa aos comerciantes de Recife.
 - Forte sentimento antilusitano, principalmente entre a aristocracia rural de Olinda.
 - Conquista da emancipação de Recife, através de Carta Régia de 1709, que passou a ser vila independente, conquistando autonomia política com relação à Olinda. A aristocracia rural de Olinda temia que Recife, além de ser o centro econômico, passasse a ser também o centro político de Pernambuco.

·         A Revolta de Vila Rica (MG/1720)
A Revolta de Vila Rica, também conhecida como Revolta de Filipe dos Santos, foi um movimento social de caráter nativista que ocorreu em 1720 na Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto (atual Ouro Preto, Minas Gerais). Os revoltosos queriam o fim das Casas de Fundição; Queriam também a redução de vários impostos e tributos e o fim dos monopólios do fumo, sal, aguardente e gado.

REVOLTAS SEPARATISTAS

·         A Inconfidência Mineira (1789)
A Conjuração Mineira, também conhecida como Inconfidência Mineira, foi um movimento de caráter separatista, ocorrido em Minas Gerais no ano de 1789, cujo principal objetivo era libertar o Brasil do domínio português. O lema da Conjuração Mineira era “Liberdade, ainda que tardia”. Seus Objetivos principais era: Obter a independência do Brasil em relação a Portugal; Implantar uma República no Brasil; Liberar e favorecer a implantação de manufaturas no Brasil e a criação de uma universidade pública na cidade de Vila Rica.

·         A Conjuração Carioca (1794)
Conjuração Carioca foi uma onda de repressão do governo lusitano aos intelectuais que se reuniam no Rio de Janeiro, com a intenção de formar uma sociedade literária baseada no Iluminismo, fortemente difundido após a Revolução Francesa.
Além disso, os acontecimentos que envolveram a Inconfidência Mineira e a simpatia do grupo intelectual da Conjuração Carioca pelas ideias republicanas e iluministas levaram o vice-rei Conde de Rezende a mandar prender seus integrantes em 1794, sob a acusação de subversão. No entanto, dois anos após os acontecimentos, os membros da Sociedade Literária foram libertos e considerados inocentes, já que não houve nenhuma prova contra os mesmos.
A Conjuração Baiana (1798)
Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a Conjuração Baiana foi uma revolta social de caráter popular ocorrida na Bahia em 1798. Teve uma importante influência dos ideais da Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade. Suas causas eram a insatisfação popular com o elevado preço cobrado pelos produtos essenciais e alimentos. Além disso, reclamavam da carência de determinados alimentos. E a Forte insatisfação com o domínio de Portugal sobre o Brasil. O ideal de independência estava presente em vários setores da sociedade baiana.

·         A Insurreição Pernambucana (1817)
A Revolução Pernambucana foi um movimento social (revolta) de caráter emancipacionista ocorrido em Pernambuco no ano de 1817. É considerado um dos mais importantes movimentos de caráter revolucionário do período colonial brasileiro. Suas Causas eram:
- Insatisfação popular com a chegada e funcionamento da corte portuguesa no Brasil, desde o ano de 1808. O questionamento maior era com relação a grande quantidade de portugueses nos cargos públicos;
- Insatisfação com impostos e tributos criados no Brasil por D. João VI a partir da chegada da corte portuguesa ao Brasil;
 - Influência dos ideais iluministas, principalmente os que criticavam duramente as estruturas políticas da monarquia absolutista. Os ideais da Revolução Francesa, “liberdade, igualdade e fraternidade”, ecoavam em solo pernambucano, principalmente entre os maçons;
 - Significativa crise econômica que abatia a região, atingindo, principalmente, as camadas mais pobres da população pernambucana. A crise era provocada, principalmente, pela queda nas exportações de açúcar, principal produto da região;
 - Fome e miséria, que foram intensificadas com a seca que atingiu a região em 1816.


Fonte:
http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolucao_pernambucana.htm

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